Recife não foi o único município onde a negativa do direito considerado natural de um prefeito disputar a reeleição acabou resultando em uma derrota. Na Capital, João da Costa (PT) foi impedido de concorrer.
Em Belo Jardim, Marcos Coca Cola (DEM) também não pôde testar sua gestão nas urnas; e em Santa Cruz do Capibaribe, Antônio Figuêroa, o Toinho do Pará (PTB), desistiu de disputar, admitindo desgaste político. Com a divulgação dos resultados, Geraldo Julio (PSB) venceu no Recife; João Mendonça (PSD), em Belo Jardim; e o deputado Edson Vieira (PSDB), na Terra da Sulanca. Se houve erro de estratégia ou disputa interna, o certo é que petistas, democratas e petebistas terão de esperar por mais quatro anos para voltarem ao poder nestes municípios.
Em Belo Jardim, Marcos Coca Cola (DEM) também não pôde testar sua gestão nas urnas; e em Santa Cruz do Capibaribe, Antônio Figuêroa, o Toinho do Pará (PTB), desistiu de disputar, admitindo desgaste político. Com a divulgação dos resultados, Geraldo Julio (PSB) venceu no Recife; João Mendonça (PSD), em Belo Jardim; e o deputado Edson Vieira (PSDB), na Terra da Sulanca. Se houve erro de estratégia ou disputa interna, o certo é que petistas, democratas e petebistas terão de esperar por mais quatro anos para voltarem ao poder nestes municípios.
O episódio no Recife é mais do que conhecido. João da Costa derrotou o ex-deputado federal Maurício Rands, nas prévias do PT, mas viu o resultado anulado pela direção nacional do partido. Apesar de brigar muito internamente, teve de acatar a decisão e viu o senador Humberto Costa encabeçar a chapa majoritária. Contra o prefeito pesava uma alta rejeição entre os recifenses e nos próprios partidos aliados. Mesmo assim, João da Costa aparecia na frente dos concorrentes, em todas as amostragens. Humberto também, mas a série de erros estratégicos o fez cair vertiginosamente na aceitação popular, até ser ultrapassado por Geraldo Julio (PSB) e Daniel Coelho (PSDB). Após 12 anos, a sigla petista passará a Prefeitura da Capital para o PSB - que hoje ocupa a vice-prefeitura com Milton Coelho. Abertas as urnas, Humberto somou apenas 154.460 votos, enquanto o socialista ganhou no primeiro turno com 453.380.
Em Belo Jardim, quem entrou na disputa foi Andréa Mendonça, irmã do deputado federal e presidente estadual do DEM, Mendonça Filho. Andréa contou com o apoio do prefeito na campanha, embora Marcos Coca Cola tenha tentado inicialmente se candidatar. Mas a democrata não viu isso como um ponto positivo, já que, segundo ela, ficou “com o ônus de ser a candidata de um gestor com alto índice de rejeição na cidade”. Andrea acredita, contudo, que o grande entrave do pleito deste ano foi o rompimento com o primo João Mendonça, que era do DEM, mas trocou de legenda para disputar o pleito municipal.
“Na hora da divisão - do grupo político -, as pessoas ficaram confusas, sem entender direito a história. E ele - João Mendonça - já frequentava as comunidades e tratou de mostrar uma coisa que eu não sou, me difamou. Ele passou para a população que eu sou uma pessoa fútil e que iria viver no Recife se fosse eleita. Ele tramou isso junto com a turma dele. E eu precisava de tempo para mostrar quem eu sou”, reclamou Andrea. “Mas não houve tempo para as pessoas assimilarem a divisão e me conhecerem”, completou a democrata. Ela terminou em terceiro lugar, com 10.340 votos, enquanto o prefeito eleito obteve 18.686.
SULANCA
Em Santa Cruz do Capibaribe, o prefeito Toinho do Pará (PTB) havia decidido, há cerca de dois anos, que não disputaria a reeleição. Ainda assim, as coisas não foram fáceis para seu substituto na disputa, o deputado federal José Augusto Maia (PTB), que acabou sendo derrotado nas urnas. “Eu acho que houve uma série de questões que influenciaram o resultado final”, admitiu o petebista. “A grande indefinição dos candidatos atrapalhou. E a realização de uma campanha sem muitos recursos financeiros também”, avaliou o prefeito. Antes de o PTB oficializar Maia, outros quatro nomes foram cogitados.
Mas há outro fator que Toinho do Pará acredita ter contribuído significativamente para a derrota do partido. “Zé Augusto vinha de alguns problemas na Justiça e os adversários usufruíram muito disso, de acusá-lo de ser ficha-suja. Graças a Deus ele foi absolvido, mas, na cabeça das pessoas, ficou massificada essa imagem ruim”, explicou. “Também houve muita desorganização na campanha”, completou o petebista. Edson Vieira foi eleito prefeito com 23.460 votos e Maia terminou em segundo lugar, com 20.558.
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