A paisagem da Zona da Mata pernambucana já não é a mesma. Os vales cobertos pelo verde da cana-de-açúcar ganharam um tom acinzentado. A seca, que há 2 anos castiga o Agreste e o Sertão, também deixou seu rastro na região tradicionalmente mais chuvosa do interior do Estado. A safra 2012-2013 encolheu 25% e provocou um prejuízo de R$ 700 milhões.
Canavial em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte -Foto: JC Imagem |
A estiagem prolongada prenuncia problemas para a próxima safra. No primeiro trimestre deste ano choveu apenas um quarto do previsto e as raízes da cana morreram antes da planta germinar. Se o cenário persistir, a estimativa é de uma redução de até 14 mil postos de trabalho (equivalente a 15,5% dos empregos) na atividade sucroenergética.
O presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool em Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, alerta que esta é a maior seca vivida pelo setor nos últimos 50 anos. Na safra 2012-2013 foram produzidas 13,1 milhões de toneladas de cana, na comparação com as 17,4 milhões de toneladas da moagem anterior. “Chegamos a ter um volume menor na safra 1993-1994, quando a produção atingiu 12 milhões de toneladas, mas naquela época o potencial produtivo era muito menor.
Hoje trabalhamos com um ponto de equilíbrio de 19 milhões de toneladas”, observa. “Anos seguidos de seca poderão configurar grandes perdas para a atividade, com a diminuição de 14 mil empregos, num setor que gera 90 mil”, destaca.
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