Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Não fez bom negócio Paulo Câmara ao iniciar seu futuro governo com um adversário interno no PSB, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho. O senador é político escolado e sempre soube escolher, em seus 32 anos de vida pública, tanto os aliados como os adversários.
Como um dos vitoriosos da eleição, ele esperava ser chamado pelo governador eleito para indicar o ocupante da pasta que chefiou no primeiro governo de Eduardo Campos: Desenvolvimento Econômico. Mas não teve força para indicar o filho, Fernandinho, deputado federal reeleito, sua primeira opção, nem um técnico de sua confiança. Imbuído daquele “comando e autoridade” a que Eduardo Campos costumava referir-se, Paulo Câmara descartou as duas indicações com uma tranquilidade que impressiona, dado que o normal é que ficasse assustado ao praticamente ter mandado para a oposição a maior cabeça política do PSB após a morte do ex-governador.
A frustração dos suplentes
Era de desolação a cara dos três suplentes de deputado estadual que esperavam assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa em decorrência da escolha do secretariado de Paulo Câmara (PSB): Maviael Cavalcanti (DEM), Marco Antonio Dourado (PSB) e Roberta Arraes (PSB). O marido desta última, Alexandre Arraes (PSB), prefeito de Araripina, conversou com Paulo Câmara na semana passada e saiu convencido de que a mulher seria deputada. Frustração total.
Exclusão – Escolher equipe é uma arte e numa frente de 21 partidos era quase impossível que não ficasse ninguém insatisfeito. Mas o que chamou a atenção do mundo político foi terem ficado de fora do 1º escalão “eduardistas” juramentados como Luciano Vasquez e João Bosco Almeida. O primeiro é o atual chefe da Casa Civil e, o segundo, secretário de Infraestrutura.
Convite – Os secretários Aldo Santos (Agricultura) e Marcelo Canuto (Cultura) vão continuar no governo de Paulo Câmara, mas em cargos de 2º escalão. O anúncio será feito mais à frente.
Ligação – André de Paula (PSD) tem tudo para dar um show na Secretaria das Cidades se o ministro dessa pasta for Gilberto Kassab, que é seu amigo e presidente nacional do seu partido.
Alívio – Com a ida de Raul Jungmann (PPS) para Brasília e a de Priscila Krause (DEM) para a Assembleia Legislativa, a oposição a Geraldo Júlio (PSB) na Câmara do Recife murchará.
Mesa – O fato de Paulo Câmara ter confirmado Waldemar Borges (foto), ontem, como líder do governo na Assembleia Legislativa, não significa que o PSB vai abrir mão da presidência para Guilherme Uchoa (PDT). O partido vai se posicionar em favor da tese da proporcionalidade.
Retorno – Pedro Eurico (PSDB) vai voltar às origens de sua vida pública quando assumir a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Foi como advogado e assessor da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife que ele deu os seus primeiros passos na política.
Amarra 1 – Ao aceitar duas secretarias no governo de Paulo Câmara, o PSDB dificultou os passos do deputado Daniel Coelho como seu possível candidato à prefeitura do Recife em 2016. O tucano é bom de votos: teve 247 mil em 2012 (para prefeito) e 139 mil em 2014 (para a Câmara Federal). Para sair candidato pela oposição, seu partido terá que desembarcar do governo estadual.
Amarra 2 – Quem também está “amarrado” à Frente Popular é Sérgio Xavier (PV), que vai retornar à Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade. Ele seria um potencial candidato a prefeito do Recife no próximo ano, com apoio de Marina Silva, que foi majoritária na capital na eleição de presidente da República. Mas, “agregado” ao governo estadual, estará impedido de se candidatar.
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