Com informações do Blog do Magno Martins -
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entregou à oposição o controle da comissão especial da reforma política. Vai andar? Só Deus sabe! Mas, da mesma forma das tentativas anteriores, os partidos não se entendem e as mudanças mais importantes dificilmente serão alcançadas.
E assim, em meio a grandes impasses, o que a sociedade deseja, que é o fim das atuas regras eleitorais arcaicas, tende a gerar muita discussão, desentendimentos e polêmicas que travarão a comissão, não se chegando a lugar algum. Dois maiores partidos, PT e PMDB, que formam a maioria da comissão, já não se entendem há muito tempo.
A rigor, desde que o PT conseguiu brecar lá atrás o projeto de reforma política que, aparentemente, tinha um mínimo de consenso. Os petistas, na verdade, insistem no financiamento público de campanha e também gostariam de implementar o voto em lista. Já o PMDB quer o distritão.
Tal proposta consiste em eleger os deputados mais votados, reeditando o modelo do projeto justiça eleitoral. Parece justo, mas é um sistema que não agrada à base do governo, aos pequenos partidos, que julgam pior do que o do voto proporcional que temos hoje. Entre outros temas, o PMDB resolveu desarquivar a tese do parlamentarismo, coisa que os petistas, obviamente, rejeitam — ao menos enquanto eles puderem contar com Lula.
Nascido sob a inspiração do parlamentarismo, o PSDB está dividido, uma banda ainda se entusiasma pela ideia, mas outra bate de frente. Quanto ao plebiscito, é mais provável que acabe ficando pelo meio do caminho, com a possibilidade de a reforma política, mais uma vez, não dar em nada — considerando a maneira como veio à luz, seria um destino explicável.
Não se faz reforma política no joelho, como queria Dilma Rousseff, ou na pressão, como quer agora o novo presidente da Câmara. Uma mudança dessa importância não pode atender apenas aos interesses mesquinhos de uma legenda. O parlamentarismo, se acompanhado do voto distrital, teria tudo para mudar para melhor a política brasileira, mas será que este é o pensamento do Congresso?
TUCANOS INSTIGAM – Os ministros e assessores da presidente Dilma estão acompanhando o apelo pelo impeachment nas redes sociais. Avaliam que ele não tem musculatura e estão convencidos de que o PSDB está fomentando essa ação. Relatam que setores da base do governo, que se dividiu nas eleições regionais, estão se reagrupando graças à radicalização dos tucanos, com força para barrar qualquer movimento.
A ira de João Lyra – O que se ouve em Caruaru é que se a candidata de João Lyra a prefeita, sua filha Raquel, deputada estadual, não chegar ao segundo turno e o adversário do candidato apoiado pelo prefeito José Queiroz for Tony Gel (PMDB), o ex-governador faria uma composição com Gel para derrotar Queiroz.
Sem Queiroz – Já o senador Douglas Cintra (PTB), cria do prefeito José Queiroz, dificilmente terá o seu apoio se vier a disputar a Prefeitura na coligação trabalhista a ser viabilizada pelo ministro Armando Monteiro Neto. Por um motivo muito simples: o candidato de Queiroz terá o apoio da Frente Popular, tendo Paulo Câmara no palanque.
Devolução de armas – O deputado Gonzaga Patriota (PSB) abriu uma frente em Brasília em defesa dos policiais ferroviários federais que tiveram suas armas apreendidas numa operação em 2013, que culminou com a prisão de 23 policiais na estação da Mangueira, no Recife. “Eles continuam trabalhando, mas não podem fazer mais a segurança, porque estão sem armas”, alega.
Caça ao armandista – Os deputados da bancada socialista querem arrancar o fígado do secretário estadual de Criança e Juventude, Isaltino Nascimento, pela nomeação do ex-vereador Josenildo Sinésio para secretário-executivo da sua pasta. Ex-petista, Sinésio migrou para o PTB e foi um dos coordenadores da campanha de Armando Monteiro a governador.
CURTAS
NO RIO GRANDE – O prefeito Geraldo Julio deu um timing na semana pré-carnavalesca e foi, ontem, a Porto Alegre, a convite do Governo do Estado, fazer palestra sobre gestão, destacando não apenas sua administração, a segunda melhor avaliada no País, mas também sua participação no Governo Eduardo Campos.
VICE-LÍDER – O deputado Silvio Costa (PSC) foi escolhido como um dos vice-líderes do Governo na Câmara dos Deputados, devendo participar, a partir de agora, de reuniões semanais com ministros do núcleo duro de Dilma e que fazem a interlocução com o Congresso.
Perguntar não ofende: Quais os deputados da bancada de Pernambuco que integrarão a Comissão Especial de Reforma Política?
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