NÚMEROS DE UM E DE OUTRO NÃO FAZ DIFERENÇA

Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -

A bancada da oposição na Assembleia Legislativa divulgou anteontem por meio de nota que nos três primeiros meses deste ano teriam sido registrados em Pernambuco mil assassinatos. Fez tal afirmação com base em informações recebidas do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), que está em guerra declarada com o governo estadual e tem interesse em desgastá-lo com esse tipo de informação. Poucas horas depois, também por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social contestou o Sinpol. 

Não foram mil assassinatos, disse ela, mas “apenas” 982, percentual 18,5% maior que no 1º trimestre de 2014. Ora, vinte assassinatos a mais ou a menos, no conjunto de mil, não faz nenhuma diferença numericamente falando, salvo para as famílias das vítimas. O que vale considerar nesse contexto é que o “Pacto pela Vida” está esgotado, como já se disse em colunas anteriores, e precisa urgentemente ser “repactuado” para cumprir os seus objetivos.

Independente mas nem tanto

O PSB se diz “independente” no Congresso em relação ao governo Dilma para não ser confundido com o PSDB, o PPS e o DEM, que fazem dura oposição à presidente da República. No fundo, porém, o discurso dos quatro é semelhante, a julgar pelo programa que o PSB levou ao ar ontem à noite em cadeia nacional de rádio e TV. Além de chamar Dilma de “mentirosa”, o PSB cobrou do governo aquilo que o governo não pode dar: a extinção do fator previdenciário.

Fiscal – Se há um fiscal eficiente do governo Paulo Câmara na Assembleia Legislativa, chama-se Priscila Krause (DEM). Ela faz o seu trabalho com base em dados disponibilizados no Portal da Transparência. E foi por meio deles que chegou à conclusão de que os investimentos no atual governo caíram 92% no 1º trimestre deste ano em relação a igual período do governo Eduardo Campos.

Rodovia – Ontem, meio feriado da 5ª feira Santa, o DNIT mantinha operários trabalhando na conservação da BR-232 no trecho Caruaru-São Caetano. Já o trecho Recife-Caruaru está entregue às moscas.

Pesquisa – Os números do Datafolha, MDA e Ibope em relação ao governo Dilma são praticamente os mesmos. O governo é aprovado por cerca de 12% dos eleitores e rejeitado por cerca de 62%.

Vigor – Do ex-ministro Gustavo Krause (DEM) sobre a crise de credibilidade/popularidade do governo Dilma: “O país tem vigor (para sair dela), o que não pode é ficar olhando para o chão”.

Fora – O Partido Solidariedade, que é presidido em PE pelo deputado Augusto Coutinho, foi o 1º com representação no Congresso a defender o “impeachment” de Dilma Rousseff. Curiosamente, o seu presidente Paulo Pereira tentou discursar nos protestos de 15/03 em SP e não conseguiu. Foi vaiado.

Cadeia – Deputados contrários à PEC que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos alegam que sua eventual aprovação não contribuirá para reduzir os índices de violência no país. O problema, no entanto, não é este. E sim mandar para a cadeia jovens de 16 e 17 anos que matam igual a um de 18.

Ajuste – O programa do PSB que foi ao ar na noite de ontem não levou em consideração que os as unidades da federação governadas pelo partido (Pernambuco, Paraíba e Brasília) precisam do apoio do governo federal para os seus governadores – Paulo Câmara, Ricardo Coutinho e Rodrigo Rollemberg, respectivamente. Negar apoio à aprovação do ajuste fiscal é dar pretexto a Dilma Rousseff para retaliá-los.

Arpe – Mesmo magoado com o governo estadual (e vice-versa) por não ter tido o seu mandato renovado à presidência da Arpe, o ex-deputado Roldão Joaquim (PDT) não pretende polemizar com o governador Paulo Câmara nem, muito menos, com o chefe da Casa Civil, Antônio Figueira. Acima das divergências que eventualmente possam haver, diz ele, há uma figura que os une: Eduardo Campos.

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