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segunda-feira, 20 de julho de 2015

BACIA LEITEIRA DE PERNAMBUCO SOFRE COM A SECA

Com informações da Folha PE -

A previsão de que a estiagem deve permanecer no Agreste pernambucano até, pelo menos, março de 2016 vêm preocupando os pecuaristas da Bacia Leiteira do Estado. A região é considerada estratégica porque reúne 15 municípios produtores e é responsável por mais de 70% do leite produzido por aqui. Se o cenário de seca se concretizar, a situação ficará ainda mais delicada porque, segundo especialistas do setor, as políticas emergenciais do Governo Federal não garantem a sobrevivência da produção das fazendas em mais um ano de seca. Este será o quarto ano consecutivo sem chuvas satisfatórias para a agropecuária, que ainda não conseguiu recuperar sua produção de leite, saindo dos anteriores 2,5 milhões de litros por dia para 1,5 milhão.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, não há estudos que pensem em estratégias para atender hidricamente o setor produtivo do Agreste. "Não têm medidas de abastecimento para o campo a longo prazo, o crédito rural é insuficiente e burocratizado", listou. Na visão dele, o ideal seria incentivar o uso de novas tecnologias, proteger o mercado lácteo pernambucano dos produtos informais e estimular as indústrias de leite da região consumirem dos produtores locais, e não importar, como acontece atualmente", explicou. O Governo do Estado, por sua vez, tem concentrado seus esforços para abastecer os centros urbanos rurais, como Caruaru e cidades adjacentes.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado de Pernambuco (Sindleite-PE), Carlos Alberico Bezerra, disse que o grande problema é que a demanda por água é maior do que a oferta de operações feitas em poços artesianos e pequenos açudes. "No entanto, o Governo do Estado não tem capacidade para atender as demandas de quatro anos de seca. A Secretaria de Agricultura tem ajudado em construção de poços, perfuração, mas a demanda é muito superior a tudo isso", defendeu. Um das soluções, para ele, seria financiar a construção desses açudes pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), ou pelo Banco do Nordeste (BNB) a juros subsidiados. "Porque para qualquer poço, de lençóis freáticos - a 40 metros de profundidade - não se gasta menos de R$ 6 mil", avaliou.

Bezerra falou ainda que é bem provável que atual produção de leite caia com o quarto ano de seca. "No agreste, houve alguma chuva nos últimos dias, mas é pouca para o ano inteiro", analisou. Atualmente, conforme o presidente do Sindleite-PE, algumas propriedades são abastecidas por carros-pipa e outras, quase 70%, retiram água dos leitos dos rios.

Essa fatídica realidade assusta os produtores de leite do Agreste, que viram nos últimos anos seus rebanhos serem dizimados. Com o médio produtor de São Bento do Una Stênio Galvão não é diferente. Para não sofrer tanto com a dificuldade pluviométrica, ele mudou, estrategicamente, a produção do alimento do gado para o Sertão. "Com água da Bacia do Jatobá faço o volumoso, o plantio de milho para filagem e o plantio de capim tifton para fazer o feno por irrigação, pois demandam de mais água", explicou. "Os gastos com transporte compensam pela economia de escala", comentou o produtor.

Já a plantação de palma forrageira, própria para regiões do semiárido, Galvão disse continuar fazendo no Agreste. A água para o consumo e bem estar dos animais é retirada de um poço artesiano em Calçados, que fica a 22 quilômetros da fazenda produtora. “Se fôssemos depender de água da Compesa íamos sofrer”. Lá, é um dia com água e 23 dias, sem. Essa força-tarefa garante a Stênio uma produção 1.073 mil litros de leite por dia, o que dá uma média de 34 litros de leite por vaca ao dia. Ao todo, são 31 bovinos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi procurado, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Foto: Reprodução

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