Com informações do Blog de Inaldo Sampaio -
Não sendo propriamente um produto da política, Paulo Câmara aprende aos poucos como se deve operar o poder sentado na cadeira de governador. Nessa condição, é natural que erre e acerte como acontece com todos os mortais. Ele cometeu um erro quando não deu ciência prévia aos aliados, especialmente aos ex-governadores Roberto Magalhães, Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho, de que iria a São Paulo almoçar com Lula, iniciando uma reaproximação que pode culminar com o retorno do PSB ao governo.
Errou também ao silenciar durante quase uma semana sobre a crise no sistema penitenciário estadual, deixando o secretário Pedro Eurico entregue às feras. Mas acertou ao levar a viúva Renata Campos para a inauguração de uma escola de referência em Joaquim Nabuco, ao comparecer ao velório das vítimas da chacina de Poção e ao cobrar do Ministério da Justiça colaboração para a melhoria dos presídios do Estado.
Duelo sobre o impeachment
Humberto Costa, líder do PT no Senado, usou a tribuna ontem para criticar setores “golpistas” da oposição que defendem o “impeachment” de Dilma Rousseff. Se for por causa da queda de popularidade da presidente, disse ele, deve-se afastar também o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Ronaldo Caiado (DEM-GO) tomou as dores das oposições e disse que o senador petista “se acha no direito de dizer o que a oposição pode e não pode discutir nesta Casa”.
Compra – Em sua visita ontem a Pernambuco, o ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou com todas as letras que o governo do presidente FHC “comprou” parlamentares em 1997 para aprovar a emenda da reeleição. O ex-senador não citou nomes. Mas o “operador” da compra teria sido o então ministro das Comunicações, Sérgio Motta (já falecido), a base de 200 mil per capita.
Cerco – O vereador André Régis (PSDB) ficará literalmente numa saia justa se o partido a que pertence ingressar na base de apoio ao prefeito Geraldo Júlio. As conversas estão em curso.
Direção – Paulo Câmara nomeou o ex-deputado Antonio Mariano para diretor de patrimônio da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária com efeito retroativo a 1º de janeiro deste ano.
Traquejo – Por ter sido secretário de turismo de Eduardo Campos e vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, Sílvio Costa Filho (PTB) ainda está sem jeito como líder da Oposição.
Eficácia – O líder do PMDB na Assembleia, Ricardo Costa (foto), é conhecido na Casa como “deputado de resultados”. Além da costumeira assistência que dá às bases, ele não cultiva o hábito de enganar eleitor. Quando não pode resolver um problema, assume logo que não pode.
Oposição – O ex-deputado Beto Albuquerque, que foi o vice de Marina Silva, não quer nem ouvir falar na eventual volta do PSB à base de sustentação de Dilma Rousseff. Ele recusou uma secretaria no governo de Ivo Sartori (RS) só para continuar fazendo oposição à presidente.
Estreia – Álvaro Porto (PTB), vice-líder da Oposição na Alepe, estreou ontem na tribuna evocando os três familiares que abraçaram a vida pública muito antes dele: o pai, Lourival, já falecido, que foi duas vezes prefeito de Canhotinho e os irmãos Carlos e Eduardo que também foram deputados estaduais. Ele foi o deputado mais votado no Agreste Meridional, onde obteve mais de 30 mil votos.
Decoração – Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal, decorou seu gabinete com quadros de Eduardo Campos (que o estimulou a ser candidato), Cora Coralina (poetisa de Goiás), o ex-presidente JK, o papa Francisco, a mãe Dona Teresa e o médium João de Deus (Abadiânia). Todos os dias ele pede inspiração a todos para descascar o “abacaxi” que lhe foi deixado pelo antecessor.
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